Na reta final da minha faculdade, eu passei por um momento muito complicado, no qual eu dependia de uma matéria de física para conseguir me formar.
Eu já havia feito a matéria várias vezes sem conseguir passar, e aquela
tinha que ser a última vez. Então, durante algumas semanas antes da prova
final, eu começava a estudar de manhã bem cedo, mas antes, eu lia a oração de
São Judas Tadeu, santo de devoção meu e da minha mãe, e em seguida, lia o seu
poema “Ausência”.
No fim, era tudo oração, a de São Judas e a sua.
Eu passei na matéria, me formei, esqueci completamente o assunto daquela
prova (amém!), mas ainda tenho aquelas orações comigo. Decorei o seu poema -
minha oração preferida - e vira e mexe saio por aí recitando em voz alta. De
tudo, fica o que é mais importante.
E mesmo depois de tantos anos
Ainda me pego pensando naqueles dias
E cresce aqui dentro a certeza de que ontem, hoje, a todo instante e
sempre, foi para isso que fomos feitos:
para rezar para os nossos santos
para declamar nossos poetas
para amar o que quisermos e a qualquer momento.
Hoje, você faz aniversário, você que escreveu o poema
que eu mais amo, e que me ensinou que a poesia pode ter uma
potência de fé, uma potência de vida.
Sua poesia reina por aqui cada vez mais e mais viva - e me mostra todos
os dias que, em terra de calculista... quem é poeta, é rei.
Feliz dia!
Com afeto,
Marina.