Acordada, parou em frente à janela grandona – vulgo ‘varanda’ – e olhou para o céu. Viu o sol nascendo lá longe, mas tão perto...
Sua luz invadiu a sala, o quarto e a alma.
Deu às paredes a cor dada às laranjas. Cor de laranja.
Mas em cima da mesa havia um vaso com lírios laranjas, e a cor dada às paredes então não mais era cor de laranja, e sim a cor dada aos lírios. Cor de lírio.
Acordada, viu a cor sendo dada às cortinas, lençóis, almofadas... E desenhos dourados foram se solidificando, depois se liquefazendo e se vaporizando pelos cantos da casa.
Por um momento se perguntou se realmente estava acordada, ou se tudo aquilo era delírio. É que a cor dada aos lírios, a cor de lírio, é surrealmente linda.
É linda a cor de lírio. Um delírio.
Inspirações:
Anitelli
Colcha de Retalhos (Galldino Octopus)