segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


Uma vez, assisti a um filme chamado Coisas que perdemos pelo caminho. Melhor do que o filme, é o título dele. Porque há metafísica bastante em pensar nas coisas que perdemos pelo caminho.
Uma rua pode te conduzir a uma cidade nova, e quando se vê você perdeu sua bagagem.
Uma viela pode te conduzir a uma escola estranha, e quando se vê você perdeu seus amigos antigos.
O mar, aquele cigano oblíquo e dissimulado, cobiça teu caminho enquanto tu andas pelas areias, e leva de ti seus passos, suas paisagens, a areia dos seus pés e da sua voz.
Roupas, livros, casas, almofadas, cartas, músicas, pessoas, sons, rostos, feições, lembranças... Coisas frágeis diante das escolhas que fazemos, e tadinhas, candidatas a serem menores abandonadas amanhã de manhã.
Mas não pensemos nisso. Gargalhemos, pois Deus é riso.
Vejamos um filme, uma peça de teatro. Escutemos uma música. Pois a arte existe porque a vida não basta 
E se der, olhemos para o céu, porque se bobear, hoje tem luar, tem claridão.
                                                                                                 22/12/13




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Arte para um povo invisível

Palco. Terra vermelha. Cinco atores.
Ritos indígenas.
Tomar erva-mate. Provar da culinária da tribo.
Dançar para pedir aos Céus alimento na Terra.
Ver um dos personagens te estender a mão, segurá-la.
Sentir a terra vermelha ficando na sua mão.
Perceber o quanto somos cruéis com nossos índios. Com a nossa história.
E pensar que naquele momento todos os shoppings estavam abarrotados de gente, os cinemas a passar seus filmes rasos de culturas outras, tão alheias à nossa...
E ali, naquele teatro, uma arte tão viva, tão real, tão minuciosamente pensada e preparada a partir do nosso povo e para ele... Sendo prestigiada por um imenso público de 8 pessoas... OITO.

A entrada era gratuita.

Meus olhos saíram de lá marejados. Por todos os motivos.


14/12/13




quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Paulo Leminski me fez voltar pra cá


Em 11/12/13,


11/flertei Leminski

/12/amei à primeira lida

/13, enviuvei ao saber que ele nos deixou há duas décadas.
Abri o livro bem nessa página. Como não amar?