Há um ano, eu conheci a
Marina Abramović. Ontem, nos reencontramos. No cinema. Através de histórias
de um Brasil espiritual, que é nosso. Resultado? Metade de mim ficou lá,
naquela sala.
Não sei lidar com o soco na cara que é o trabalho dessa mulher.
Em abril do ano passado, eu conheci a arte imaterial através
de uma exposição e do método da Marina Abramović. A experiência me impactou muito, e
sinto reflexos dela até hoje (escrevi sobre isso aqui).
Quando eu soube que a Marina lançaria um documentário sobre suas
experiências espirituais aqui no Brasil, eu sabia que seria no mínimo, curioso.
E ontem foi o dia de constatar.
Não serei capaz de descrever o que foi aquilo que assisti. Tem
coisa que a gente precisa ver pra entender. Pra sentir, pra se impactar.
Quando o filme acabou, eu não pude acreditar. Eu seria capaz
de ficar ali o dia inteiro acompanhando aquelas histórias.
Quando saí do cinema, eu sabia que tinha que escrever sobre aquilo
de alguma maneira. Mas faltavam palavras. E elas só apareceram quando eu
adormeci, em sonho.
No sonho, eu escrevia uma espécie de crítica sobre o filme.
Isso porque, ontem - veja só - logo na entrada do cinema, um mural estampava
recortes de jornal com críticas dos filmes em cartaz. Em certo recorte sobre o “Espaço
além - Marina Abramović e o Brasil”, o crítico dava ao filme uma nota correspondente
a 4 estrelas de um total de 5, que se traduzia em “Ótimo”.
Logo isso, a parte
mais insignificante do dia, foi o que fomentou o meu sonho.
Nele, eu escrevia a crítica sobre o filme, mas só lembro do
final do texto:
“Merece 5 estrelas?
Merece o céu.”
Quando acordei, pensei: “Merece todas as constelações.”
Críticos, se cuidem ;)
Marina, em uma das cenas do filme |