quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quando eu conheci Marina Abramović,

ela fez com que eu me desligasse por completo do mundo por algumas horas.  
Sem relógio, sem celular, descalça e sem falar com ninguém, 
eu imergi em um mar de silêncio ensurdecedor,
andei muito L e n t a m e n t e ,
olhei fixamente para o nada.
Houve um esvaziameto e um transbordamento simultâneos.
Uma perda total de noção de tempo, espaço e sensações.
Um “adeus” ao nosso mundo conturbado.
Um “olá” ao meu próprio mundo - não menos conturbado.
Eu vi o silêncio, escutei a cor branca, senti as pulsações do andar...
Percebi que estar vivo e sentir isso, é uma dádiva.

 


Terra Comunal – Marina Abramović + MAI  *  Sesc Pompeia

 (Exposição e Método Abramović) até 10 de maio de 2015. 

 


Uma das etapas do Método.


Duas etapas do Método.


Sapatos de cristal de verdade! À esquerda, banheiras de camomila.


Um exercício infinito!
Esse primeiro cristal brilha por ele mesmo, lindo.


A artista sérvia Marina Abramović,

 uma das pioneiras da arte de performance e da arte "imaterial".


sexta-feira, 24 de abril de 2015

um raio cai duas vezes na frente da mesma pessoa


Uma semana depois.
Eu em outro metrô, com outro livro do Drummond.
Sentada em um banco. Olhando pra frente.
Pra uma moça que lia um livro. Do Drummond.
-parece mentira, mas não é-
Naquele momento, “sincronicidade” mudou de nome e virou “eu-não-acredito-que-isso-está-acontecendo-de-novo”.
O estranho é que dentro do vagão fazia um frio invernal, algo muito atípico.
E durante aqueles poucos minutos de inverno sobre trilhos, Drummond foi primavera.
Foi semente semeada, florescida e veranizada.  Ali, nas minhas mãos.

                                                                                                                                   Em 04/04/2015.